Casa Mathilde - Doçaria Tradicional Portuguesa

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HISTÓRIA E TRADIÇÃO AS QUEIJADAS DE SINTRA E A ANTIGA CASA MATHILDE
As queijadas são um dos ex-libris gastronómicos do concelho de Sintra. A sua origem remonta à Idade Média, conforme testemunham documentos coevos do séc. XIII, o mais antigo dos quais datado de 1227.
Até meados do séc. XVIII as queijadas eram apenas de fabrico caseiro. A partir dessa altura começaram a surgir as primeiras fábricas de queijadas, sendo a casa Mathilde uma das mais antigas.
Esta fábrica foi fundada em 1850 por Mathilde Soares Ribeiro, em Ranholas, localidade do concelho de Sintra, paragem obrigatória para quem se deslocava à Vila. O próprio rei D. Fernando II, um apaixonado pela Vila onde mandou construir o Palácio da Pena expoente máximo da arquitectura do século XIX, fazia aqui uma pausa no seu trajecto para Sintra.
O apreço deste rei pelas queijadas da Mathilde era tal que a distinguiu como fornecedora da Casa Real, concedendo-lhe um carimbo metálico com o qual deviam ser marcados os pacotes que lhe eram destinados. Junto com o carimbo a Mathilde recebeu um impresso no qual se pode ler: “Sua Magestade El-Rei D. Fernando II, por preferir as queijadas desta marca, houve por bem oferecer este marcador para que os fornecimentos a Sua Casa Real fossem devidamente marcados”.
Como o próprio nome indica trata-se de um doce que tem como ingredientes: queijo - no caso queijo fresco saloio, feito de leite de vaca - ovos, farinha, açúcar e canela.
A receita, que tem segredo, mantém-se fiel à tradicional que na Idade Média não levava açúcar, mas mel, nem a canela que só viria a ser introduzida na culinária em Portugal a partir do séc. XVI, com os descobrimentos portugueses.
Sendo um dos doces regionais mais antigos de Sintra, a queijada marcou presença na literatura do séc. XIX, através de diversas referências feitas pelos escritores Eça de Queiroz, Ramalho Ortigão, Camilo Castelo Branco e Almeida Garrett, entre outros.
Capital do romantismo em Portugal, Sintra interessou artistas, poetas, escritores e músicos nacionais e estrangeiros que se renderam aos encantos da sua paisagem cultural, na qual o verde luxuriante abraça um património arquitectónico feito de palácios, solares e quintas. Atraídos pela paisagem não deixavam, no entanto, de apreciar a gastronomia local, com especial destaque para as queijadas.
Com a inauguração do caminho-de-ferro, em 1887, a fábrica das queijadas Mathilde mudou-se para a Vila de Sintra onde prosseguiu o negócio, sendo a venda efectuada em loja e também junto à estação.
O comboio trouxe consigo o progresso e constituiu um forte incremento para o turismo nacional e estrangeiro, sendo cada vez maior o número dos que afluem a Sintra, para disfrutar dos encantos da serra, da vila e da sua gastronomia.
As queijadas foram justificando com o passar dos anos a fama alcançada pela excepcionalidade do seu fabrico e pela qualidade que souberam manter, respeitando o segredo da receita que tem atravessado gerações e que faz delas referência obrigatória nos roteiros turísticos.

Maria João de Figueiroa Rego, historiadora

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