República Marragolo

HISTÓRIA:

A República Marragolo tem seu início em meados de1967, numa casa alugada por alunos da Escola Técnica, nas imediações da Escola de Farmácia. Neste mesmo ano, a Escola de Minas adquiriu várias casas, dentre elas a que havia sido do Dr. Domingos Fleury da Rocha, ex-Diretor da Escola. Estas casas estavam em condições precárias e as reformas iniciaram-se lentamente. No início do ano de 1968, vários estudantes sem república fizeram manifestações, acampando em barracas na Praça Tiradentes, reivindicando vagas em repúblicas ou em casas pertencentes à Escola de Minas. Alguns destes estudantes, dentre eles, Sérgio Jurgensen (Serjão), Eromir Urbano Sponquiado (Botiô), Jair Eustáquio Gomes (Jajá), Eugênio Borges Ferreira (Gulu) e Antônio Carlos foram convidados a morar na Marragolo, onde já moravam outros alunos da Escola de Minas como Reginaldo (Malão) e Cristiano, além de Alexandre e William que eram alunos da Escola Técnica. Em agosto de 1968 a Escola de Minas autorizou a mudança de alguns alunos para a casa do Doutor Fleury, um grande casarão localizado à Rua Coronel Alves, 55. Alguns alunos, sem república definida, ocuparam o primeiro andar da casa. O pessoal da Marragolo ocupou o segundo andar, sendo que dois deles, Alexandre e William, por serem alunos da Escola Técnica, tiveram que sair dois dias depois. O terceiro andar foi ocupado pelos moradores da República Casablanca. Após a mudança, os calouros Edson Borba, Maurício Ribeiro de Andrade, Reginaldo (Malão), João Luiz Armelim e Luiz Geraldo Ribeiro (Cremilda), além de alguns outros que acabaram não permanecendo, foram para a Marragolo.

As reformas na casa estavam num ritmo lento e as condições de moradia não eram muitas boas, muitas vezes sem luz e água. Somente em 1970 as reformas foram concluídas, um ano antes a República Casablanca já havia sido transferida para a rua São José. No final de 1971 a Escola de Minas pediu a casa da rua Coronel Alves, para instalar ali os alunos do Planfap – primeira pós-graduação da Escola - e ofereceu outras duas casas em troca. Uma delas, localizada em frente ao Hotel Colonial, na rua das Flores, foi ocupada pelos moradores do primeiro andar. Esta república, ainda sem nome, foi batizada de Marragolo’ (“Marragolo linha” – uma notação diferencial matemática muita utilizada na engenharia) e que todos pronunciavam “Marragolinha”, até por ser menor que a Marragolo. Posteriormente os seus moradores mudaram o nome para República Espigão, nome de uma novela da época. A outra casa, localizada ao lado (quase atrás) da Escola de Minas na Rua Prof. Rosalino Ponciano Gomes (saída para Mariana), foi ocupada pelos moradores da Marragolo, desde então, a atual e eterna casa, mantida e conservada com recursos de alunos e ex-alunos. Nesta transição para a nova casa a Marragolo era composta por Maurício Ribeiro de Andrade (Maurício - formando), João Luiz Armelim (Armelim), Luiz Geraldo Ribeiro (Cremilda), Reginaldo (Malão), Jair Eustáquio Gomes (Jajá), Eromir Urbano Esponquiado (Botiô), Eugênio Borges Ferreira (Gulu), José Lamas Chaves (Zé Brem), Edilberto Elias Biasi (Nino), Marcos Rogério Carneiro Lemos (Butão), Celso Antunes de Almeida Filho (Xinxa), Edson Borba (Borba) e Osvaldo Mendes de Almeida (Bicho ou Carcamano). Assim, dos fundadores da Marragolo que ficaram até a formatura, temos: Maurício Ribeiro de Andrade (1971), João Luiz Armelim (1972), Eromir Urbano Sponquiado (1973), Edson Gomes Borba (1973), Jair Eustáquio Gomes (1973), Luiz Geraldo Ribeiro (1973), José Lamas Chaves (1973), Eugênio Borges Ferreira (1973), Marcos Rogério Carneiro Lemos (1973), Celso Antunes de Almeida Filho (1974) e Osvaldo Mendes de Almeida (1975). No início de 1972 foram escolhidos os "bixos" Mané Cocó (Manoel Ortega Marques) e Jamelão (João Norberto Gianotto).

A República Marragolo é reconhecida pela Atitude – uma barrica de pinga, que está sempre ao lado dos moradores e dos "bixos" para lhes dar conselhos.

Outra marca da República é a coleção de garrafas, em torno de duzentas, que se encontra na sala e atrai a atenção de todos. Há garrafas antigas, como o champanha que comemora o 5º aniversário da República e outras estranhas, como a de cerveja de 1 litro (da década de 70). Mas todas têm uma história peculiar que fazem parte do histórico da República Marragolo.

Hoje (2010), a Marragolo conta com 79 ex–alunos e 11 moradores (alunos), além do cachorro Porko, sucessor do Golão e da Valentina – que nasceram e viveram na Marragolo até morrerem de velhice.